A arte de cuidar e ser cuidada
O cuidado é necessário para a nossa sobrevivência.
Através dele aprendemos a confiar nas pessoas e nas relações.
Quando estamos em relações confiáveis nos colocamos inteiramente, sem reservas.
Nos tornamos mais seguros por sermos aceitos como somos.
Quando sentimos que o reconhecimento é genuíno, sabemos que somos vistos verdadeiramente.
Isso nos dá um lugar de pertencimento.
Temos a certeza de que há onde nos refugiarmos quando for necessário.
Diante da segurança de poder contar com o outro, nos tornamos mais otimistas diante da vida.
Pois as dificuldades podem ser contornadas, e se preciso for, teremos com quem contar para ajudar.
Como nem tudo tem solução, podemos recorrer ao colo e ao ombro amigo.
E quando o cuidado falta…
Desenvolvemos mecanismos de defesa para compensar as nossas necessidades.
Essa compensação pode não ser bem ajustada, ela auxilia até certo ponto, mas nunca atende, satisfatoriamente, à nossa necessidade.
Acaba gerando sofrimento à própria pessoa e também para quem se relaciona com ela.
A sensação é de, continuamente, buscar a parte de falta, sem nunca conseguir encontrar.
O cuidar é recíproco e cíclico, recebemos, damos e recebemos novamente, ao longo da vida.
Não é moeda de troca. É preciso saber ser cuidado, sem culpa, por estar nesse lugar.
Cuidar do outro demanda disposição emocional, física e temporal.
Cuidar tem limite, se somos extremos podemos limitar o outro.
Se cuidamos de forma intermitente ficamos esgotados.
Para tudo é preciso equilíbrio.
O cuidar é gratificante e é uma expressão de amor.